quinta-feira, 2 de setembro de 2010

Uma recordação me veio quando fui postar sobre ditadura,cheguei a viver com esse período,era criança,mas me lembro muito bem o quanto éramos obrigados a nos calar mediante qualquer coisa que viesse contra o governo, quantos amigos,conhecidos e familiares tiveram que viver escondidos, até para que não fossem presos, torturados e até mortos.
Hoje temos a liberdade da palavra, somos donos de nossas vidas, não precisamos nos calar mediante imoralidades,somos LIVRES.

Algumas coisas interessantes de como era dito o que pensavam:

“Este é tempo de divisas, tempo de gente cortada... É tempo de meio silêncio, de boca gelada e murmúrio, palavra indireta, aviso na esquina.”
CARLOS DRUMMOND DE ANDRADE


“Dormia
A nossa Pátria mãe tão distraída Sem perceber que era subtraída Em tenebrosas transações.”
CHICO BUARQUE DE HOLLANDA

“Ou então cada paisano e cada capataz Com sua burrice fará jorrar sangue demais Nos pantanais, nas cidades, caatingas
E nos gerais”
CAETANO VELOSO


Sapato 36 - Raul Seixas

Eu calço é 37

Meu pai me dá 36

Dói, mas no dia seguinte

Aperto meu pé outra vez

Eu aperto meu pé outra vez



Pai eu já tô crescidinho

Pague prá ver, que eu aposto

Vou escolher meu sapato

E andar do jeito que eu gosto

E andar do jeito que eu gosto



Por que cargas d'águas

Você acha que tem o direito

De afogar tudo aquilo que eu

Sinto em meu peito

Você só vai ter o respeito que quer


Na realidade
No dia em que você souber respeitar

A minha vontade

Meu pai

Meu pai



Pai já tô indo-me embora

Quero partir sem brigar

Pois eu já escolhi meu sapato

Que não vai mais me apertar

Que não vai mais me apertar
Que não vai mais me apertar



Por que cargas d'águas

Você acha que tem o direito

De afogar tudo aquilo que eu

Sinto em meu peito

Você só vai ter o respeito que quer


Na realidade

No dia em que você souber respeitar

A minha vontade

Meu pai

Meu pai



Pai já tô indo-me embora

Eu quero partir sem brigar

Já escolhi meu sapato

Que não vai mais me apertar

Que não vai mais me apertar

Que não vai mais me apertar


Apesar de você - Chico Buarque


Hoje você é quem manda

Falou, tá falado

Não tem discussão

A minha gente hoje anda

Falando de lado

E olhando pro chão, viu

Você que inventou esse estado

E inventou de inventar

Toda a escuridão

Você que inventou o pecado

Esqueceu-se de inventar

O perdão



Apesar de você

Amanhã há de ser

Outro dia

Eu pergunto a você

Onde vai se esconder

Da enorme euforia

Como vai proibir

Quando o galo insistir

Em cantar

Água nova brotando
E a gente se amando

Sem parar
Quando chegar o momento

Esse meu sofrimento
Vou cobrar com juros, juro

Todo esse amor reprimido
Esse grito contido

Este samba no escuro

Você que inventou a tristeza

Ora, tenha a fineza

De desinventar

Você vai pagar e é dobrado

Cada lágrima rolada

Nesse meu penar



Apesar de você

Amanhã há de ser

Outro dia

Inda pago pra ver

O jardim florescer

Qual você não queria

Você vai se amargar

Vendo o dia raiar

Sem lhe pedir licença

E eu vou morrer de rir

Que esse dia há de vir

Antes do que você pensa



Apesar de você

Amanhã há de ser

Outro dia

Você vai ter que ver

A manhã renascer

E esbanjar poesia

Como vai se explicar

Vendo o céu clarear

De repente, impunemente
Como vai abafar

Nosso coro a cantar

Na sua frente


QUE MARAVILHA QUE HOJE PODEMOS SER NÓS MESMOS!!!!

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