terça-feira, 21 de fevereiro de 2012

Boa tarde,
Desculpando-me aos meus seguidores pelas poucas postagens que são atribuídas pela minha falta de tempo,vou procurar ser mais presente em meu blog e tentar por coisas interessantes sobre educação,pois é esse meu intuito aqui,espero que a visita de vcs continuem e aceito sugestões de temas onde procurarei pesquisar e satisfazer os seus desejos,um grande abraço!

terça-feira, 31 de janeiro de 2012

A SALA DE AULA E AS TICs
A sala de aula, desconectadaPor Silvio MeiraFundador do www.portodigital.org e cientista-chefe dowww.cesar.org.br
Trinta anos depois do primeiro PC, só 7% dos coordenadores pedagógicos das escolas brasileiras acreditam que seus professores sabem preparar uma apresentação em PowerPoint. Há 15 anos na era das redes, só 20% dos professores dizem estar na web, a partir da escola, quase todos os dias.Tal estado de coisas só não é mais preocupante porque 69% dos professores com menos de 30 anos revelam estar na rede a partir de casa, todo dia ou quase, realizando atividades associadas ao seu papel na escola. Os dados são da pesquisa sobre as TICs (tecnologias da informação e comunicação) nas escolas, empresas e domicílios, publicada pelo CGI.br (Comitê Gestor da Internet brasileira).Você poderia dizer que o papel dos professores, na escola, é “dar aulas”. Mas não, não é. O principal papel dos professores, em todos os níveis, é conduzir processos de criação de oportunidades de aprendizado. E isso pode ser feito de muitas formas, entre as quais a aula.Mas a aula à qual estamos acostumados – normalmente a explanação de um texto conhecido, quando não a repetição pura e simples, na escola, do material que os alunos poderiam ter lido em casa para discutir em sala- já deveria ter sido proibida há décadas.Talvez “proibida” seja muito forte neste contexto. Mas você já imaginou a quantidade de tempo e de gente que se perde, mundo afora, ouvindo o professor recitar, e muitas vezes mal, um texto que poderia ser lido antes da aula, especialmente pelos maiores, para um debate em sala?Será que o processo de aprendizado mudaria significativamente se todos os professores soubessem preparar e realizar uma apresentação em PowerPoint, talvez resultado de terem mais acesso à internet na escola? Não necessariamente, até porque o domínio da tecnologia para expressar o conteúdo não significa domínio do conteúdo.E estamos cansados de saber que um dos maiores problemas dos professores dos primeiros níveis de ensino é sua formação, em cursos de pedagogia que, se têm pouco a ver com as necessidades reais das escolas, estão quase sempre abaixo da crítica no que tange à qualidade de seu próprio processo educacional.Ainda por cima, de que adiantaria preparar uma apresentação computacional, gráfica e interativa, se apenas 4% das salas de aula têm um PC para apresentá-la?Ocorre que as tecnologias de informação e comunicação não podem mais ser ignoradas no processo de aprendizado, até porque são parte da linguagem dos aprendizes.Internet, redes sociais, jogos digitais, smartphones não são uma raridade exótica na realidade dos alunos. Mais de 85% das residências têm celular, 35% têm computador, 31% estão ligadas à internet.A sala de aula, coitada, está desconectada. Entre os 44% dos brasileiros que usam computadores com alguma frequência, 50% sabem usar uma planilha e manipular som e imagem e, surpreendentemente, 18% têm alguma competência em programação. Aí é que a escola, os professores e a sala de aula ficaram, em termos de competências em TICs, muito atrás da média da população.O que quer dizer, também e auspiciosamente, que as oportunidades de aprendizado pularam o muro da escola e foram para a rua, onde estão situadas, do ponto de vista das TICs, mais competências do que no sistema educacional.Isso é bom, porque indica que pessoas e empresas não estão dependendo só da escola e de sua dinâmica para aprender, o que realmente deveria ser o caso em uma sociedade “em rede”, de informação e conhecimento.Mas quer dizer também que a escola é quase irrelevante para o aprendizado de um vasto conjunto de fundamentos e de técnicas que são essenciais no trabalho e na vida de qualquer um, hoje e no futuro, qualquer futuro.O estudo do CGI.br aponta problemas antigos, crônicos e diagnosticados há anos, que já poderiam ter sido tratados de múltiplas formas, se o sistema educacional tivesse a prioridade que deveria ter em um país que, se no passado era “do futuro”, quer, no presente, estar “no futuro”.Fonte: Folha de S. Paulohttp://www.revistapontocom.org.br/artigo/a-sala-de-aula-desconectada
Diagnóstico deve ser feito o mais cedo possível
Diagnóstico deve ser feito o mais cedo possível09.04.2009Desde a pré-escola é possível detectar alguns sinais de dislexia e é importante estar atento a eles. Quanto mais cedo o distúrbio for identificado, melhor. A demora no diagnóstico pode ocasionar severas conseqüências emocionais. A opinião é da psicopedagoga e fonoaudióloga Maria Ângela Nico, coordenadora científica da Associação Brasileira de Dislexia (ABD).Para Maria Ângela, é importante que o diagnóstico seja feito o mais cedo possível, especialmente no caso de a criança possuir pais ou outros parentes com dislexia, já que o transtorno é genético e hereditário. A ABD recomenda que a avaliação seja feita por uma equipe multidisciplinar, composta por psicólogo, fonoaudiólogo, e psicopedagogo clínico. Se necessário, a equipe poderá contar com parecer de outros profissionais, como neurologista e oftalmologista. O diagnóstico deve ser feito por exclusão, ou seja, devem ser verificadas todas as possibilidades antes da confirmação de dislexia.Maria Ângela, que defende uma revisão dos métodos de alfabetização e de ensino, é co-autora de uma cartilha voltada para portadores de dislexia – Facilitando a Alfabetização – Multissensorial, Fônica e Articulatória. Lançada em 2007, a cartilha vem acompanhada de um caderno multissensorial, para estimular o visual, o auditivo e o tátil senestésico.“Como o disléxico é inteligente, pode freqüentar qualquer escola, não precisa ser especifica. É necessário que o professor e toda a escola saibam o que é a dislexia, para lidar e acolher o aluno disléxico”, acredita. Para ela, a primeira e urgente medida a ser tomada é a capacitação dos educadores, tanto da rede pública quanto particular, para que saibam o que é o distúrbio.Associações – A ABD foi criada em 1983, em São Paulo (SP), com a missão de ajudar de todas as formas o disléxico e os portadores de distúrbios de aprendizagem, inclusive carentes. A Associação Nacional de Dislexia (AND) foi fundada no Rio de Janeiro (RJ), no ano 2000, para congregar fonoaudiólogos, psicopedagogos, psicólogos, pedagogos, médicos, profissionais de áreas afins, pais, portadores do distúrbio, instituições e associações que se dediquem ao aprofundamento dos estudos sobre dislexia.As duas associações, juntamente com o Ministério da Educação, Associação Brasileira de Déficit de Atenção (ABDA) e Associação de Pais e Amigos dos Disléxicos (APAD), participam de um grupo de trabalho. O objetivo é realizar estudos sobre os transtornos funcionais específicos e definir diretrizes de acordo com a Política Nacional de Educação Inclusiva.Personalidades de destaque em diferentes áreas, como Einstein, Darwin, Leonardo Da Vinci, Michelangelo, e Van Gogh, tinham dislexia. Atualmente, sabe-se que Bill Gates, príncipe Charles, Robin Williams, e Tom Cruise, estão entre os portadores do distúrbio.(Fátima Schenini)

quarta-feira, 30 de novembro de 2011

13º SALÁRIO






ONDE ESTÁ O MEU??????






A gratificação de Natal, popularmente conhecida como 13 o. Salário, foi instituída pela Lei 4090, de 13/07/1962, regulamentada pelo Decreto 57.155, de 03/11/1965, e alterações posteriores. Pela lei, todo empregado, incluindo aí o rural, o de safra, o doméstico, o avulso, tem direito a uma gratificação correspondente a 1/12 (um doze avos) da remuneração por mês trabalhado. A base de cálculo da remuneração é a devida no mês de dezembro do ano em curso ou a do mês do acerto rescisório, se ocorrido antes desta data.
Ao contrário do cálculo feito para férias proporcionais, o Décimo Terceiro é devido por mês trabalhado, ou fração do mês igual ou superior a 15 dias. Desta maneira, se o empregado trabalhou, por exemplo, de 1 o. de janeiro a 14 de março, terá direito a 2/12 (dois doze avos) de 13 o. proporcional, pelo fato da fração do mês de março não ter sido igual ou superior a 15 dias. Desta forma, o cálculo é feito mês a mês, observando sempre a fração igual ou superior a 15 dias.
A Lei 4749, de 12/08/1965, que dispõe sobre o pagamento do Décimo Terceiro, determina que o adiantamento da 1 a. parcela, correspondente a metade da remuneração devida ao empregado no mês anterior, seja paga entre os meses de fevereiro até o último dia do mês de novembro. Já a 2 a. parcela deve ser quitada até o dia 20 de dezembro, tendo como base de cálculo a remuneração deste mês, descontado o adiantamento da 1 a. parcela.
O empregado tem o direito de receber o adiantamento da 1 a. parcela junto com suas férias, desde que o requeira no mês de janeiro do ano correspondente.
O empregador não está obrigado a pagar o adiantamento do Décimo Terceiro a todos os empregados no mesmo mês, desde que respeite o prazo legal para o pagamento, entre os meses de fevereiro a novembro. O pagamento de parcela única usualmente feito no mês de dezembro é ilegal, e está sujeito a pena administrativa.A gratificação de Natal será ainda devida na extinção do contrato por prazo determinado, na cessação da relação de emprego por motivo de aposentadoria, e no pedido de dispensa pelo empregado (independente do tempo de serviço), mesmo ocorrendo antes do mês de dezembro.
Para os empregados que recebem salário variável ou por comissão, o Decreto regulamentador determina cálculo diferente, inclusive sendo o acerto final feito até o dia 10 de janeiro (veja o texto legal do Decreto 57.155, artigo 2 o. e parágrafo único, e parágrafo 1 o. do artigo 3 o., na seção de Legislação abaixo). As faltas legais e as justificadas (leia mais em "Interrupção e Suspensão") não podem ser deduzidas para os empregados que recebem salário variável.
Na rescisão contratual (leia mais em "Rescisão de Contrato") só não terá direito ao Décimo Terceiro as dispensas por justa causa.




Não é possível efetuar o pagamento do 13º em parcela única no mês de dezembro de cada ano, nem mesmo com base em norma coletiva, porque a lei, que é de ordem pública, obriga o empregador a antecipar o pagamento da primeira parcela até novembro de cada ano. O pagamento da primeira parcela, depois do dia 30 de novembro, constitui infração.

domingo, 5 de junho de 2011

Sou um professor que pensa






SOU UM PROFESSOR QUE PENSA...

Pensa em sair correndo toda vez que é convocado para uma reunião, que

certamente o responsabilizará mais uma vez, pelo insucesso do aluno.



SOU UM PROFESSOR QUE LUTA...

Luta dentro da sala de aula, com os alunos, para que eles não matem uns aos outros.

Que luta contra seus próprios princípios de educação, ética e moral.



SOU UM PROFESSOR QUE COMPREENDE....

Compreende que não vale a pena lutar contra as regras do sistema, ele é sempre o lado mais forte.



SOU UM PROFESSOR QUE CRITICA...

Critica a si mesmo por estar fazendo o papel de vários outros profissionais como: psicólogo, médico, assistente social, mas não consegue fazer o próprio papel que é o de ensinar.



SOU UM PROFESSOR QUE TEM ESPERANÇA,



E espera que a qualquer momento chegue um "estranho" que nunca entrou em uma sala de aula, impondo o modo de ensinar e avaliar.



SOU UM PROFESSOR QUE SONHA...

SONHA COM UM ALUNO INTERESSADO,

SONHA COM PAIS RESPONSÁVEIS,

SONHA COM UM SALÁRIO MELHOR, UM MUNDO MELHOR.



ENFIM, SOU UM PROFESSOR QUE REPRESENTA...

Representa a classe mais desprestigiada e discriminada, e que é incentivada a trabalhar só pelo amor à profissão.

Representa um palhaço para os alunos.

Representa o fantoche nas mãos do sistema concordando com as falsas metodologias de ensino.

E esse professor, que não sou eu mesmo, mas é uma outra pessoa, representa tão bem, que só não trabalha como ator, porque já é PROFESSOR e não dá para conciliar as duas coisas.

Professores de Niterói/São Gonçalo



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terça-feira, 24 de maio de 2011

Sobre Educação

Outro dia, folheando a revista Veja num consultório médico, li uma reportagem bastante interessante que mostrava, com estatísticas, que as crianças de origem asiática, que vivem no Brasil, apresentam um desempenho escolar superior ao dos estudantes brasileiros.
O texto explicava que, nas classes onde elas são maioria, o silêncio e a atenção são uma constante.Ouve-se claramente a voz do professor explicando a matéria.
Dizia também que essas crianças dedicam nove horas diárias ao estudo (cinco na escola e quatro em casa) enquanto que as nossas, apenas cinco (as da escola).
Quando chegam em casa, essas crianças pegam seus cadernos, livros e estudam. Fazem os deveres de casa que o professor passa, lêem, treinam equações matemáticas etc.
Enquanto os brasileirinhos, em sua maioria,vagueiam pelas ruas empinando pipa ou jogando bola.
Com isso, os asiáticos do nosso país estão conseguindo os melhores postos de trabalho (que são justamente aqueles que exigem maior qualificação e preparo
em empresas com ótima remuneração,assistência médico-hospitalar e condições de ascensão profissional.
E tudo isso me fez lembrar de uma menina brasileira que morava no Japão e veio visitar os parentes que ficaram aqui.
A tia dela era Orientadora na escola onde lecionávamos.
Certo dia estávamos em nossas classes, tentando dar aula e explicar a matéria para os alunos que, como sempre, só conversavam e brincavam de costas para a lousa...Mas a menina ficou aterrorizada com a gritaria dos nossos alunos e preferiu resolver a prova na biblioteca, alegando que não conseguiria concentrar-se com aquela bagunça ...Perguntamos então o que acontecia, na escola dela, com os alunos que só queriam brincar, não estudavam e não respeitavam o professor em sala de aula,
ela disse que eles eram castigados,perguntamos então qual era o tal castigo.
E sabem o que ela respondeu????Que não sabia, porque na classe dela nunca
havia visto um aluno conversar durante as explicações ou desrespeitar seu professor....Perceberam a diferença?
Nas escolas públicas, as salas de aula são superlotadas, com até 45 alunos por classe.
Para esse auditório, o professor tem que ensinar:-o conteúdo das disciplinas (Matemática, Português História, Geografia, Ciências)+ cidadania+ valores + educação sexual + higiene +saúde + ética + pluralidade cultural.Deverá também funcionar como psicólogo, assistente social, orientador educacional e orientador pedagógico, desempenhando também todos os deveres familiares que a sociedade resolver transferir para a escola.
Nossos alunos dizem que as aulas são chatas e alegam que não gostam de ler
que ler não é divertido...que jogar bola e empinar pipa é melhor...E todos logo gritam em coro:
- Culpa dos professores que não dão uma aula divertida e atraente para as crianças.
O Governo, através das Secretarias Estaduais de Educação , surge em cena alegando que o aluno que temos é assim mesmo e que os professores precisam aprender a ensinar...
Rotula o magistério oficial como “professores nota zero”.
O que eles querem esconder é que temos em classe crianças ( filhos de eleitores) que recebem o livro didático, cadernos e até mochilas mas “esquecem” em casa para ficar brincando durante a aula...
Crianças que não fazem lição de casa, não estudam e nem sequer prestam atenção as explicações do professor em classe.
Para agradar os pais eleitores, a Secretaria da Educação encaminha os professores para cursos de “capacitação”, alegando que eles não têm mais capacidade para ensinar.
Contratam firmas para dar esses cursos que segundo eles, tem o poder de transformar “profissionais despreparados” em professores criativos, prontos para dar uma aula eficaz, envolvente, estimulante e, ao mesmo tempo, divertida, capaz de fazer com que os alunos gostem mais da escola do que das partidas de futebol, mais de leitura do que dos jogos no computador....
É claro que esse discurso de responsabilizar o professor e varrer a sujeira pra baixo do tapete não vai levar a Educação a lugar nenhum.
Mas serve perfeitamente para justificar, junto a opinião pública, os baixos salários pagos aos profissionais do Estado, principalmente de São Paulo que mais arrecada impostos no País.
Imagine que você está doente, vai ao médico e ele prescreve determinado remédio,
você não toma o medicamento, não faz a sua parte e culpa o médico por não melhorar.
Assim acontece nas escolas públicas: o professor ensina e os alunos não prestam atenção, não estudam, não fazem os deveres de casa , como nossos amiguinhos asiáticos
Daí vem o governo e culpa o professor pelo mau desempenho dos “estudantes”.
Para justificar mais uma vez a falta de reajustes e os baixos salários o Governo implantou um sistema de avaliação,os professores recebem um bônus por produtividade, uma vez por ano, se os alunos estudarem;se os alunos não faltarem;se os alunos não se evadirem;se os alunos ...E, como o aluno não quer saber de nada, estamos sem reajustes salariais (uns 11 anos).
Daí vemos o governador na TV dizendo que pagou seis mil reais de bônus aos professores.
Só que se isso fosse averiguado direitinho, a verdade seria descoberta.
Para se ter uma idéia, tem escolas onde nenhum professor recebeu bonificação porque... houve evasão,porque o aproveitamento dos alunos não se alterou e assim por diante!
Sem contar que, nesse sistema de bonificação por produtividade, os aposentados, por não terem mais alunos, são castigados e estão sem reajuste há anos (desde que se passou a avaliar professores pelo desempenho dos alunos...)
Ninguém quer sugerir aos eleitores a receitinha das crianças asiáticas:
- fazer a lição de casa,
-estudar,
- empenhar-se,
- dedicar-se.
Enfim, fazer sua parte!
A verdade é que o educador deixou de ser modelo para os jovens:
ganhamos mal, nos vestimos mal e somos alvo constante da crítica social .
Hoje, modelo para os jovens, são os milionários jogadores de futebol, pagodeiros e outros mais que prefiro nem relacionar aqui...
Vamos combinar, não dá para falar em Educação de Qualidade enquanto o profissional da educação for sistematicamente desvalorizado , tratado pelo governo, pelas famílias e pela mídia em geral como um inimigo público, um vagabundo etc.
Nessas condições , que aluno vai querer ouvir o que uma pessoa assim tem a dizer?

Pedimos a todos que repassem esta mensagem para frente,não temos voz na mídia e precisamos da internet para que a população saiba o que acontece nas escolas brasileiras.
(Desconheço autoria)

Agora a minha palavra: O que podemos esperar para nós professores,onde já ouvimos:"PARA QUÊ DAR UMA FERRARI PARA OS PROFESSORES SE ELES NÃO SABEM ANDAR NEM DE BICICLETA?" E pasmem!!!...isso saiu da boca de alguém que sustentou sempre sua família sendo professor e por apenas alguns anos deixou esse cargo para "se dedicar" a um cargo de comissão onde massacrou-nos por completo!
Dorcília

domingo, 13 de fevereiro de 2011

Hoje postei em meu blog comentando problemas de aprendizagem e agora lendo alguns artigos pela net encontrei esse que fez jus ao que postei,é um complemento do que penso,espero que leiam.

Andréa Cristina Sória Prieto Consultora Pedagógica em Matemática na Futurekids do Brasil. Pós-Graduada em Psicopedagogia e Direito Educacional com Graduação em Pedagogia
“Problemas de aprendizagem ou de Ensinagem?”
Quem cria rótulos e problemas na escola?


Desenho-de-menino-com-duvidas-em-carteira-de-sala-de-aula
O que é um problema de aprendizagem? Vamos primeiro tentar entender o significado de cada uma dessas palavras:
Problema: surgiu no século XVII e, segundo o Dicionário Aurélio, refere-se a uma questão matemática proposta para que se dê uma solução.
Aprendizagem: de acordo com o Dicionário Aurélio, trata-se do ato ou efeito de aprender.

Aprender: tomar conhecimento de algo, retê-lo na memória em conseqüência de estudo, observação, experiência, advertência, etc.
Infelizmente o que vemos em muitas escolas é o “problema de aprendizagem” sendo visto como um distúrbio, um fenômeno de causa única. O aluno que apresenta um ritmo mais lento para aprender ou que aprende de forma diferente dos demais é logo colocado em um “vidrinho de conserva” e “rotulado”, e assim permanece como se tivesse uma patologia.

Para Vigotsky, na visão sócio-interacionista, os alunos deveriam ser encorajados a adquirir conceitos científicos através das atividades propostas pela escola e assim modificar sua relação cognitiva, ou seja, aprender. Esses alunos que apresentam ritmos diferentes e comportamentos tidos como problemas no aprendizado escolar, fazem parte do grupo da escola e não deveriam ser estigmatizados e muito menos isolados.
Trata-se de olhar para esse aluno muito mais para identificar as suas capacidades potenciais, do que classificá-lo dentro de algum distúrbio ou doença. O papel do educador é o de fazer intervenções a fim de possibilitar que esse educando aprenda.
Cabe ao educador olhar o processo educativo como um todo em oposição à rotulação do aluno, dar aos pais incentivo e passar a confiança aos mesmos de que a escola desenvolve um bom trabalho com seus filhos, afinal é papel da escola lidar com a formação do conhecimento.
Para finalizar, entendo que cabe à escola, e em especial ao professor, ampliar a visão sobre “problemas de aprendizagem”, aprimorando sua competência e atuação. Como diz Alícia Fernández, psicopedagoga argentina, “o problema não é de aprendizagem, mas sim de ensinagem”. É o professor quem deve buscar meios e alternativas criativas para que seu aluno aprenda.

Acabei de olhar no meu contador de visitas e fiquei surpresa ao ver que esse humilde blog já teve 1404 visitas,então quero agradecer e dizer que preciso postar mais,e tentar fazer desse blog um lugar onde todos possam aproveitá-lo de alguma forma. Obrigada mesmo por me visitarem.
Beijos

Professores,que escola queremos ????Chega de tantos discursos, pegam-se pessoas que tem ótima oratória pra se falar do ensino que hoje temos em nosso país, prega-se conceitos de "grandes" pensadores e estudiosos na educação e "fazem" tudo parecer lindo!!...Mas... e a realidade escolar, com quem ela fica??? Fica conosco, professores e sabedores que muita coisa é grande bobagem.
Os índices mostram que o Brasil está muito aquém do deveria estar e sabe o que penso??? Vai continuar!!!!...Enquanto não tirarmos a máscara da falsidade e fazer valer a realidade,realidade esta que enfrentamos todos os dias dentro da sala de aula,onde chegam alunos ao 5º ano sem estarem alfabetizados,vai continuar!!

Já vi muitas vezes professores contar que alunos seus conseguiram fazer um pequeno texto onde ela achou lindo e no entanto ele não teve coerencia nenhuma,coesão nenhuma, com uma ortografia totalmente errada, fora do tema proposto,mas ele conseguiu passar uma mensagem, a professora diz, ´nada disso,a professora apenas "deduziu" o que o aluno quis dizer...oras, isso é maravilhoso quando se trata de aluno pré-escolar,mas e quando se está num 4º ou 5º ano????

Hoje a escola tem mania de mascarar o que se passa com com os alunos e não adianta discursar, o que precisamos é de ATITUDE, de professores conscientes de suas obrigações,professores comprometidos,responsáveis,afinal "quem não pode com mandinga,não carrega patuá".

É comum você escutar, o fulano,o sicrano,o beltrano tem problema de aprendizagem, será que é problema é de aprendizagem ou de "ENSINAGEM" ????

Chega de fazer de conta!!!! Chega de mascarar a realidade.Meu Deus, custa colocar os pais a par da real situação de seu filho,pedir sua efetiva ajuda e compreensão e fazer alguma coisa por esses meninos???

Dentro de uma U.E. sabemos que temos instrumentos que podemos usar pra que se garanta a melhoria do ensino e não porque usá-los??? Ah...não pode haver remanejamento. Ah... não se pode dizer aos pais que seus filhos não sabem ler por isso eles teriam uma classe especial de alfabetização,é contra lei isso????Que pai não ficaria contente ao sentir o interesse real da escola por seu filho??? Adianta o professor ter em sua classe 3 ou 4 turmas diferenciadas e sempre prejudicar alguém??? Pois sinto que isso acontece sempre, se vamos alfabetizar os que deveriam estar alfabetizados desde anos atrás, os que estão de acordo com sua série não ficariam prejudicados??? Que professor consegue levar 3 ou 4 turmas dentro de uma única sala de aula e depois dizer : fiz um ótimo trabalho!!!??? MENTIRA....ele não é um mágico!!! ALGUM ALUNO SAIRÁ PREJUDICADO SIM!!!!

Está bem... é essa escola que temos,é essa realidade que vivemos,então fazer o quê,vamos cruzar os braços????

Outra coisa,muitos pensam,não foi culpa minha que chegaram até aqui nessa situação.ORAS, por isso vai deixar o erro continuar???? Conseguem dormir em paz sabendo que como o aluno chegou em sua classe ele voltará dia após dia pra sua casa???

Está na hora de mudar o discurso,está na hora de repensar, está na hora de fazer valer,está na hora de cada um dos envolvidos na educação mudar seus conceitos e fazer realmente uma EDUCAÇÃO de qualidade.

Eu acredito nessa possibilidade,temos tudo para dar certo e hoje contamos com uma nova situação e se queríamos tanto que ela contecesse,ela está aí, temos a obrigação moral de cooperar para o sucesso do ensino em nosso município.

Sei que vou ser cruxificada por muitos colegas ao lerem esse meu desabafo,mas acreditando que estou na educação por amar minha profissão é que o escrevi.

quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

Tenho minhas convicções, preferências, partido, gostos, ideologias, time,mas não temo não ser imparcial quando se trata de usar prestígio,fazer favores onde prejudicaria alguém,onde eu submeteria alguém a alguma coisa que não fosse o correto,por isso consigo ser imparcial apesar de todas essas condições humanas que nós temos de ser um ser único,individual,mas apesar do meu particularismo como esse ser único acho que onde não existe imparcialidade gera-se a imoralidade,ainda acredito que posso ser eticamente imparcial e moral,ainda acredito que posso respeitar as pessoas e os direitos que elas possuem!!!
Hoje quero falar sobre imparcialidade!!!

Apenas uma frase,pensem nela!!

"Só podemos dar uma opinião imparcial sobre as coisas que não nos interessam, sem dúvida por isso mesmo as opiniões imparciais carecem de valor. "
( Oscar Wilde )
MEUS AMIGOS DO FACEBOOK,ESPERO ENCONTRÁ-LOS AQUI EM MEU BLOG.
BJOS
Estive ausente por um determinado tempo,mas agora quero efetivamente retornar a postar em meu blog,esperando que este seja aproveitado por muitos.
Abraços
Dorcília

quarta-feira, 20 de outubro de 2010



O DIA DO PROFESSOR

O Dia do Professor é comemorado em 15 de Outubro, no Brasil. Esta celebração começou em 1947, 120 anos depois do Decreto de D. Pedro I que criava o Ensino Elementar no Brasil, em 15 de Outubro de 1827. Nesse Decreto  eram tratados vários assuntos da educação brasileira. Porém, a ideia inovadora não foi cumprida.
A primeira celebração foi em São Paulo, em uma pequena escola da Rua Augusta, no “Caetaninho”, como era conhecido o Ginásio Caetano de Campos. Como o período letivo do 2º semestre ia de 1º de junho a 15 de dezembro, com apenas 10 dias de férias, quatro professores resolveram organizar um dia de parada para discutirem os rumos do restante do ano. Por sugestão do professor Salomão Becker (autor da celebre frase: “professor é profissão, educação é vocação”), o dia escolhido foi 15 de outubro, pois em sua cidade natal, Piracicaba, professores e alunos se juntavam neste dia para levarem doces e fazer uma pequena confraternização. Esta ideia contou com o apoio dos professores Alfredo Gomes, Antônio Pereira e Claudino Busko.
A celebração foi um sucesso e começou a se espalhar pelas cidades e pelo país. O dia oficializou-se pelo Decreto Federal  Nº 52.682 de 14 de outubro de 1963, como feriado escolar e definia a essência e razão do feriado: “Para comemorar condignamente o Dia de Professor, os estabelecimentos de ensino farão promover solenidades, em que se enalteça a função do mestre na sociedade moderna, fazendo participar os alunos e as famílias”.

quinta-feira, 14 de outubro de 2010

Saudade de postar!!!...me aguardem...beijosssssssss

segunda-feira, 20 de setembro de 2010

"Não tenho culpa se meus dias têm nascido completamente coloridos.
Simplesmente quando acordo decido que quero ser feliz,
mas alguns ainda cismam em querer borrar minhas cores.
Muito menos tenho culpa se o meu sorriso é verdadeiro,
espontâneo e acontece por motivos bobos, mas especiais para mim.
Não tenho culpa se meus passos nem sempre são firmes.
Eu não sou perfeita.
Eu tropeço e caio de vez em quando, na verdade, caio bastante e isso não me machuca.
Tenho certeza que a cada tombo eu consigo levantar sempre mais forte do que antes.
Meus olhos tem tido um brilho bem mudado ultimamente.
- E se tem!
E brilham diferente a cada dia.
E começo a me preocupar pois tenho medo da velocidade dessas alterações...
E no meu mundo está mais lindo e completo.
Não consigo entender a existência de algumas pessoas.
Mas o mundo não é dos mais justos mesmo... Compreendo.










Tenho bastante lápis de cor e várias pessoas com bastante deles também com quem pintar juntos.
Pra quem quiser pintar um pouco mais de alegria na vida,
empresto mais que prontamente os meus,
basta me chamar e vou ao seu encontro!
Empresto.
Mas, por favor,
Não tentem borrar os meus dias.
Eles já estão ótimos pintados da cor que estão...''

domingo, 19 de setembro de 2010



Da Agência Educação Política
Segundo um estudo realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), 20% dos brasileiros não conseguem compreender textos, enunciados matemáticos e estabelecer relações entre assuntos, apesar de saberem ler e escrever, ou seja, são analfabetos funcionais.
O problema do analfabetismo funcional tem se tornado cada vez mais grave no Brasil e a saída para resolver essa questão passa por dois eixos principais segundo a pesquisadora da UNESP (Universidade Estadual Paulista) Onaide Correa de Mendonça: a revisão e reformulação dos métodos de aprendizagem ainda na fase inicial da escolarização e a valorização e capacitação dos professores.
O último item é ainda mais importante que o primeiro, já que de professores bem capacitados decorre a boa aplicação e a descoberta de eficazes métodos de ensino. O problema da educação no Brasil, seja ele em qualquer um dos níveis, não será resolvido sem bons professores. Uma escola se faz com bons professores. De nada adianta ter uma ótima infraestrutura, computadores, equipamentos de ponta, mil e uma atividades extracurriculares se o professor não for bom.
O professor tem um papel chave não só na educação escolar, como também na educação para a vida. Um professor forma não só um aluno, como também um ser humano. Em muitos casos, ensina como o aluno pode pensar, olhar a realidade, como pode construir seu papel no mundo e na sociedade.
O Brasil precisa redescobrir essa figura tão importante e crucial que é a do professor. Encontra-se nele, e apenas nele, a capacidade de fazer com que outros possam escrever, entender e pensar o mundo!
Analfabetismo funcional alto mostra fracassos na educação, diz pesquisadora
Rede Brasil Atual
Suzana Vier
São Paulo – O alto índice de analfabetismo funcional no Brasil detectado pela Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad 2009), divulgada na quarta-feira (8), é resultado de problemas no início da escolarização. A análise é da professora Onaide Schwartz Correa de Mendonça, coordenadora do curso de pedagogia da Universidade Estadual Paulista (Unesp) de Presidente Prudente (SP).
Segundo o estudo realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), 20% dos brasileiros não conseguem compreender textos, enunciados matemáticos e estabelecer relações entre assuntos, apesar de conhecerem letras e números.
A Pnad também detectou que a taxa de analfabetismo está em queda no país, especialmente na região Nordeste. Desde 2004, a taxa caiu 1,8% em todo Brasil e 3,7% nos estados nordestinos. Entretanto, 14,1 milhões de brasileiros com 15 anos ou mais permanecem sem saber ler e escrever. Os números da pesquisa demonstram que a educação básica, de responsabilidade de estados e municípios, não anda bem. (Texto Completo)



sábado, 18 de setembro de 2010

UM POUCO DE HISTÓRIA

A “democracia coroada” e a experiência dos Conselhos
Está se tornando lugar comum nos remetermos aos 21 anos em que o Brasil viveu sob a última onda ditatorial – nos anos compreendidos entre o golpe militar, impetrado em 31 de março de 1964, e a “redemocratização” de 1985 – para explicarmos todas as mazelas sociais, políticas e econômicas do nosso país. É lugar comum também usarmos frases de efeito como “o povo não sabe votar” ou “precisamos reaprender a democracia”...
Se deixarmos de lado o senso comum, e tentarmos historicizar um pouco a questão, veremos porém que há muito mais ditadura do que democracia na história republicana e, ao contrário do que a história oficial apregoava, até há bem pouco tempo atrás, um longo período de construção da democracia participativa, sob o manto imperial, ou seja, uma tentativa de consolidação da “democracia coroada”, aos moldes da democracia inglesa ou espanhola, no período monárquico.
O que a proclamação da República consagra é a evolução natural do sistema capitalista, pela via da superação das relações de produção e estruturas políticas pré-capitalistas, e não a “evolução” da democracia. Há de se fazer a distinção das duas instâncias, ou seja, infra-estrutura econômica e superestrutura ideológica.
O senso comum, do brasileiro médio, de que é “natural” que a República suceda ao Império, perde completamente o sentido se lembrarmos alguns exemplos históricos concretos.
Em Roma, o Império vem logo após o assassinato de Júlio César – cometido, como sabemos, em nome da manutenção do sistema republicano, e pelos próprios senadores – e, portanto, o Império sucedeu à República. Os próprios “imperadores” não adotaram jamais o título de “imperator”, mas sim o de “princeps civitatus” (primeiro cidadão) para, desta forma, manter uma continuidade conceitual em relação ao período republicano.
Muito embora o Senado Romano tenha sempre representado os interesses dos patrícios – camada aristocrática da sociedade – foram instituídos, após o reforma dos Gracos, os Tribunos da Plebe, que defendiam os interesses das camadas populares, os plebeus. Desta maneira, o Senado romano, especialmente após esta reforma, adquirira a feição de um conselho, um colegiado: estavam ali representados vários segmentos que compunham a sociedade romana como os latifundiários, os militares, os novos-ricos (libertos) e os defensores do povo.
Ainda assim, o leitor pode sabiamente argumentar se houve de fato democracia na antiguidade greco-romana, já que estes povos viviam sob o modo de produção escravista. É Perry Anderson quem diz;
Foi pois precisamente a formação de uma subpopulação escrava nitidamente demarcada que, por contraste, elevou os cidadãos das cidades gregas a níveis de liberdade jurídica consciente até então desconhecidos. A liberdade e a escravatura helênica eram indivisíveis: cada uma delas era condição estrutural da outra, num sistema diádico sem precedentes ou equivalentes nas hierarquias sociais dos impérios orientais, que ignoravam por igual a noção de cidadania livre e a de propriedade servil. (ANDERSON 1980, in: PINSKY, 1980, p. 105)
Ao que Charles Parain contemporizaria, ao demonstrar que as relações entre as classes estavam longe de ser amistosas:
A história grega, a história romana são marcadas e se caracterizam a cada momento pela existência de antagonismos sociais e de lutas de classes que não determinaram somente o curso da história política. Toda a fisionomia das civilizações foi modelada contemporaneamente pelo conteúdo desses antagonismos e pela forma que assumiram.
(...)Enquanto Atenas não conheceu verdadeiras revoltas de escravos, em Roma, uma vez alcançada a transformação econômica e social, as revoltas de escravos começaram a multiplicar-se, a partir de 217, depois em 199, em 196, em 185. Em 185, na Apúlia, cerca de sete mil escravos foram executados durante uma repressão brutal e por demais significativa. (PARAIN 1963, in: PINSKY, 1980, pp. 255-256)
Séculos após o final do mundo clássico, na Inglaterra, durante o período de transição do modo de produção feudal para o “mercantilista” (capitalismo comercial), houve uma experiência republicana, entre 1649 e 1660: o “protetorado”. Entre 1649 e 1658 o país foi governado por Oliver Cromwell, que tinha o título de “Lord Protetor”.
Inversamente proporcional ao que acontecia na Roma Imperial, quando os imperadores usavam um título oriundo da República, na Inglaterra o título do governante era oriundo da monarquia: Lord (Senhor). Após o relativamente curto período do protetorado, o país retoma o regime monárquico, consagrado pelo sistema parlamentarista, o qual foi implementado na íntegra após a Revolução Gloriosa de 1688.
O Parlamentarismo, como sabemos, é um sistema político que se lastreia na prática de um grande conselho, um colegiado. No caso inglês é composto por duas casas: a câmara dos comuns (plebeus) e a câmara dos Lordes (aristocratas). Neste sistema, o rei “reina mas não governa”, já que o chefe de Estado é o Primeiro Ministro, ou seja, o chefe do gabinete (genericamente, o presidente do Conselho).
Também na Espanha, em época muito mais recente, a ditadura republicana do general Franco foi substituída pela monarquia parlamentar do rei Juan Carlos (1976), sendo que, neste país, a monarquia é sinônimo de democracia.
No Brasil o período republicano se inicia exatamente com um golpe militar, uma quartelada. Os dois primeiros presidentes eram militares: Marechal Deodoro da Fonseca (1889 a 1891), Marechal Floriano Vieira Peixoto (1891 a 1894), o “marechal de ferro”. Getúlio Vargas governa como ditador, sem constituição, de 1930 a 1934 e depois novamente, sob o Estado Novo, de 1937 a 1945. Finalmente, há a ditadura militar propriamente dita, de 1964 a 1985. Contabilizando o total de anos em que o Brasil esteve sob o jugo ditatorial, durante a fase republicana, temos 38 anos.
Se, além dos períodos ditatoriais propriamente ditos, acrescermos a esta soma todos os anos compreendidos entre 1894 e 1930, a época da “República do café com leite”, quando o voto era aberto, os coronéis controlavam os seus “currais eleitorais”, impondo o “voto de cabresto” e predominava a “política dos governadores”, chegamos a 74 anos sem democracia!
A fase Republicana dura 117 anos. Se retirarmos os 74 anos sem democracia, veremos que só restam 43 anos!
O Parlamentarismo existiu no Brasil desde a emenda de 1847 até 1889, portanto por 42 anos. Mantidas as proporções (já que o Império se inicia em 1822 e termina em 1889, portanto, 67 anos) veremos que quantitativamente, existiu muito mais tempo de democracia no Império (62,7 % do tempo total do Império) do que na República (36,7% do tempo total da República).
Qualitativamente podemos afirmar que a “democracia coroada” teve a virtude de dar aos conselhos, enquanto representativos de vários segmentos da sociedade, papel de grande destaque: em 1822 é o Conselho de Estado que a princesa Leopoldina consulta e, como resultado desta consulta, encaminha ao príncipe D. Pedro a diretriz de declarar a cisão em relação ao governo português. Em 1871 a princesa Isabel, regente do Império pela primeira vez, jura lealdade à constituição diante deste mesmo colegiado, acrescido do Senado e da Câmara.
O Parlamento do Império, a exemplo do que acontece até hoje nas democracias coroadas da Europa, era uma espécie de grande conselho, chefiado pelo presidente do Conselho de Ministros. Nunca houve uma centralização muito grande de poderes nas mãos do monarca, ao contrário do que acontece com os presidentes da República, detentores que são do poder executivo:
[...] não se pode acreditar na idéia da centralidade absoluta do Estado e do imperador. Na verdade, a maior parte das grandes decisões da política nacional eram tomadas pelos representantes do Executivo e do Legislativo, além dos Conselheiros de Estado, ministros, senadores e deputados.
[...] Em 1847, com a introdução da figura do presidente do Conselho, d.
Pedro II passou apenas a indicar o presidente, que, por sua vez, nomeava os demais. (SCHWARCZ, 1999, p. 119)
E ainda:
[...] No Império dos bacharéis a política escapou-lhe das mãos e restavam-lhe, nesse momento, os troféus que a Coroa concedia. Como disse Holanda,o império dos fazendeiros [...] só começa com a queda do Império. (SCHWARCZ 1999, p.193)
Havia então uma ligação intestina entre a corte e as camadas populares da sociedade: o poder emanava do Paço Imperial, próximo ao porto e ao mercado, ao cheiro das ruas e às danças dos negros. Nos sábados havia “batuque” no paço e o imperador recebia, para o “beija mão” (ritual herdado da corte portuguesa) entre outros, o Rei Obá II, rei negro a quem havia sido conferida a patente de alferes do exército brasileiro, para lhe garantir um soldo.
Como tem revelado as pesquisas mais recentes do historiador Eduardo Silva, não apenas a princesa Isabel, herdeira do trono, era abolicionista confessa (tanto que comparecia aos compromissos oficiais com o vestido adornado por camélias, símbolo da luta contra a escravidão) como também tinha um projeto de reforma agrária, para garantir um pedaço de terra aos escravos recém-libertos.
A Princesa Isabel também protegia fugitivos em Petrópolis. Temos sobre isso o testemunho insuspeito do grande abolicionista André Rebouças, que tudo registrava em sua caderneta implacável. Só assim podemos saber hoje, com dados precisos, que no dia 4 de maio de 1888, “almoçaram no Palácio Imperial 14 africanos fugidos das Fazendas circunvizinhas de Petrópolis”. E mais: todo o esquema de promoção de fugas e alojamento de escravos foi montado pela própria Princesa Isabel. André Rebouças sabia de tudo porque estava comprometido com o esquema. O proprietário do Hotel Bragança, onde André Rebouças se hospedava, também estava comprometido até o pescoço, chegando a esconder 30 fugitivos em sua fazenda, nos arredores da cidade. O advogado Marcos Fioravanti era outro envolvido, sendo uma espécie de coordenador geral das fugas. Não faltava ao esquema nem mesmo o apoio de importantes damas da corte, como Madame Avelar e Cecília, condessa da Estrela, companheiras fiéis de Isabel e também abolicionistas da gema. Às vésperas da Abolição final, conforme anotou Rebouças, já subiam a mais de mil os fugitivos “acolhidos” e “hospedados” sob os auspícios de Dona Isabel.
André Rebouças, o intelectual negro de maior prestígio da época, fazia uma ponte entre o esquema de fugas montado pela Princesa, em Petrópolis, e o alto comando do movimento abolicionista, no Rio de Janeiro: o pessoal da Confederação Abolicionista, Joaquim Nabuco, Joaquim Serra, João Clapp, José Carlos do Patrocínio.
O quilombo de Petrópolis, o quilombo do Leblon ou o quilombo do Jabaquara são quilombos abolicionistas, isto é, fazem parte já do jogo político da transição. Para o modelo anterior, o quilombo rompimento, o melhor exemplo será sempre o de mocambos guerreiros como o mocambo heróico de Acotirene; o mocambo de Dambrabanga; o mocambo de Zumbi; o mocambo do Aqultume, sua mãe; o mocambo de Andalaquituche, seu irmão; a Cerca de Subupira; a Cerca Real do Macaco e toda a confederação a que chamamos Palmares.
Com a proteção do Imperador, felizmente, o quilombo do Leblon nunca chegou a ser investigado, continuando a Princesa a receber calmamente os seus ramalhetes de camélias subversivas. E com isso, como se pode imaginar, crescia barbaramente o poder simbólico das camelliaceas dentro do movimento político, sobretudo das que pudessem ser identificadas como “camélias do Leblon” ou “camélias da Abolição”. Na guerra simbólica que se instaura, uma ou outra vez, a Princesa ousou aparecer em público – o que era sempre notado pelos jornais – com uma dessas flores do Leblon a lhe adornar o vestido. O simbolismo estará presente até na hora da assinatura da lei, quando aproximou-se da princesa o presidente da Confederação Abolicionista, João Clapp, e lhe fez entrega, solenemente, de um “mimoso bouquet de camélias artificiais”. E, logo em seguida, quando aproximou-se também o imigrante Seixas, honrado fabricante de malas, que passou às mãos da Princesa um outro belíssimo buquê de camélias. Desta feita, contudo, camélias naturais, vindas diretamente do quilombo do Leblon. (SILVA, 1999)
Houve, durante toda a época do segundo Império, barões negros e índios, como revela Lilia Moritz Schwarcz:
Nas mãos de D. Pedro II, também em virtude do longo período de seu reinado, a nobreza ganharia um colorido todo especial. Não só os nomes indígenas, mas o perfil de seus componentes lembravam o caráter exótico da corte. Novos ricos da terra, profissionais liberais, alguns poucos negros (como o barão de Tijuca), ainda menos indígenas (como o barão de Guapi) artistas e literatos do círculo do monarca faziam da corte um grupo de amigos diletos – uma imagem de civilidade. (SCHWARCZ 1999, p.191)
Algumas das primeiras providências do recém instalado governo republicano foram exatamente no sentido da elitização do regime: caçar a patente do rei Obá – pois não ficava bem um negro ter patente do exército – e mudar a sede do governo para o palácio do catete, afastado do centro antigo e do odor das ruas, do cheiro do povo.
Conta-se que no dia 2 de dezembro [aniversário de D. Pedro], que seguiu-se à proclamação da República, o príncipe Oba, como de costume, dirigiu-se ao paço para cumprimentar o Imperador; que, encontrando as portas fechadas, ou sendo despedido, enfureceu-se e prorrompeu em ‘vivas’ e disparates. O que há nisso de autêntico não afirmamos; o que é certo, porém, é que o governo provisório cassou-lhe as honras de alferes, sobrevivendo ele apenas alguns meses a esse desgosto. (SCHWARCZ 1999, p. 286)
Como sabemos, anos depois, quando ocorreu a “regeneração” do Rio de Janeiro, os antigos casarões – que funcionavam como cortiços e abrigavam as camadas populares na região central da cidade – foram demolidos para dar lugar às grandes avenidas. Os pobres e marginalizados que ali viviam foram então empurrados para os morros, ao redor da cidade, dando origem ás primeiras favelas, que ainda existem. Na seqüência, um morro inteiro, o do Castelo, foi desmontado, para soterrar para sempre a memória do regime imperial e da convivência direta e próxima da corte com os trabalhadores braçais e a escravaria. A cidade se tornava menos negra e menos parda, para se tornar mais branca, mais européia.
Em seguida, o governo republicano perseguiu tudo o que se remetia à cultura popular, como o samba, as religiões afro-brasileiras, a serenata e até o violão!
As mudanças de comportamento eram imprescindíveis para a concretização da Regeneração e estavam compreendidas aí as condenações de antigos hábitos como a prática de serenatas, assim como as festas populares e religiosas: Bumba-meu-boi, festa da Glória, malhação de Judas, a boemia e até o uso do violão, instrumento associado à marginalidade carioca. (SILVA 2004, p. 58)
Sobre o cheiro do povo devemos lembrar inclusive que, em época muito mais recente, o general João Batista de Figueiredo, que governou o país de 1979 a 1984, disse que preferia o cheiro dos cavalos ao cheiro do povo...Foi ele também quem disse, ao deixar a presidência da República: “quero que me esqueçam!” Impossível, senhor presidente!
Mesmo republicanos históricos, de primeira hora, parecem ter se desencantado com a República real, recém-instalada, que ficava cada vez mais distante da República dos seus sonhos. O ideário positivista perdera terreno em relação aos anseios da aristocracia ruralista.
No sentido de ampliarmos o leque de possibilidades de discussão sobre o tema poderíamos concluir o nosso raciocínio demonstrando que havia numa mesma geração de intelectuais alguns que se identificavam com a proposta republicana, como Euclides da Cunha, e outros que tinham repulsa à mesma, como Lima Barreto, mas que, no decorrer do processo de implantação e sedimentação do regime republicano acabaram chegando a conclusões bastante próximas.
Euclides partiu de uma atitude francamente favorável ao novo regime (até porque veio da Escola Militar, reduto do abolicionismo e republicanismo) para no decorrer de sua produção desencantar-se. Lima Barreto, neto de escravos libertos, identificava a Monarquia com os ideais de liberdade e neste sentido nunca deixou de tecer críticas, bastante ácidas, ao regime instaurado por Deodoro.
Segundo vários autores, entre eles Schwarcz, havia uma grande identificação do regime imperial com a cultura popular, a qual estava muito presente e próxima aopoder, ao redor e mesmo dentro do próprio paço imperial. A República, ao contrário, segrega a cultura popular e elitiza o centro das decisões administrativas, instalando o Presidente no Palácio do Catete, relativamente afastado do velho centro da cidade do Rio de Janeiro, o qual, como dissemos, foi "regenerado".
Tanto Euclides como Lima Barreto, portanto, tinham a dizer contra a República, da sua excessiva centralização administrativa, da falta de permeabilidade à cultura popular e do isolamento social a que foram condenados determinados segmentos da população. (SILVA, 2004, pp. 106-107)
E ainda:
Os republicanos históricos baseavam a sua convicção e atuação nos pressupostos positivistas e numa determinada vertente do liberalismo - uma vez que acreditavam no papel nivelador da educação, encarada como meio para a equalização social - a "República real" demonstrou-se mais centralizada do que havia sido o Império e com concepções muito mais rígidas para com as camadas populares e suas manifestações culturais. A centralização política e a hipertrofia do poder executivo, que ficou patente, de forma marcante, nos dois primeiros governos republicanos, pareceu desagradar a Euclides da Cunha, que viu até mesmo seus antigos mestres despirem-se de sua ideologia e adotarem posturas mais pragmáticas. A "República da espada" foi substituída pela “República do café com leite”, onde reinou soberana a oligarquia formada pelos grandes latifundiários, paulistas e mineiros.
Nesse momento, de sedimentação dessa "República possível" o ideário
republicano ficou cada vez mais associado à manutenção do status quo, tendo havido ao longo do processo apenas a mudança de terminologia: o "barão" se transformou em "coronel", na bandeira o verde dos Bragança se tornou o verde de nossas matas e o amarelo dos Habsburgo se tornou o amarelo do nosso ouro e até o Hino imperial ganhou nova letra , mas manteve a melodia. (SILVA, 2004 pp. 98-99)
Ao ressaltarmos a atuação dos Conselhos na época imperial, o fazemos mediante o prisma de que:
A função social da escola é formar o cidadão, construir conhecimentos, atitudes e valores que tornem o estudante solidário, crítico, ético e participativo. A escola deve socializar o saber sistematizado, sem desprezar o saber popular. Os colegiados (dentre os quais o Conselho de Escola) visam a uma gestão democrática na escola, no sentido da consolidação da democracia participativa, pela via da definição de políticas educacionais que orientem a prática educativa e os processos de participação. A meta é a construção de uma escola pública democrática, plural e com qualidade social.
(...)Quaisquer representantes dos segmentos das comunidades escolar e local têm iniciativa de criação dos Conselhos Escolares.
Compõem o Conselho a direção da escola e a representação dos estudantes, dos pais ou responsáveis pelos estudantes, dos professores, dos trabalhadores em educação não docentes (funcionários) e da comunidade local.
Temos hoje em nossas escolas uma realidade fundamentalmente diferente daquela que se apresentava em 1991, quando os Conselhos foram criados. Naquela época o diretor, além de membro nato, era necessariamente o Presidente do Conselho. Não cabia eleição para este cargo.
Neste sentido, a democracia caminhou a passos largos. Hoje temos avôs que participam do Conselho, como o sr. Hugo da EMEF “Lourenço Bellocchio”, e que dão respeitabilidade ao colegiado.
A participação dos representantes das Associações Amigos de Bairro está contemplada em Estatuto e, em muitas escolas, os Conselhos articulam-se em várias frentes, formando Comissões, como Comissão Disciplinar, Comissão de Acompanhamento Pedagógico, etc.
A presença da mulher, se faz sentir de maneira marcante. Temos hoje mães, professoras e funcionárias que além de membros atuantes do Conselho, têm sido eleitas para o cargo de Presidente, nos respectivos Conselhos.
Diante desta nova realidade, que aponta para a gestão efetivamente colegiada da Escola Pública, podemos afirmar que os Conselhos são, de fato e de direito, escolas de democracia e de participação popular.
(CAPPELLANO, 2006)
Com este pequeno texto não pretendemos fazer a propaganda ou a apologia da monarquia mas sim contribuir para a discussão que se está construindo na moderna historiografia brasileira, de rever a transição do Império para a República. Desejamos também contribuir, de uma maneira mais genérica, para a discussão da democracia participativa, que deve ser um ideal a ser alcançado em superação à democracia representativa.
Professor Luiz Carlos Cappellano, junho de 2006.