sábado, 11 de setembro de 2010

Por que é tão difícil escolher?






Por acaso na sua escola acontece isso??

Texto de Jason Abrahão


Omissão: a missão?

Jason Abrahão

Administrador (UFRRJ), MBA em Gestão do Conhecimento e Inteligência Empresarial (COPPE), Change Management (Geo Soluções e BearingPoint), Arte terapeuta, Coach Pessoal e Executivo. Com larga atuação em processos e projetos de estratégia e gestão de pessoas; sua experiência corporativa converge para um repertório de conhecimentos diversificados, orientados para temas como Gestão de Alta Performance e Convivencialidade. Sua carreira se desenvolveu em empresas de médio e grande porte, nacionais e multinacionais, nos segmentos de química fina, mineração e serviços, com projetos de direcionamento estratégico, sucessão, change management, ERM, cargos críticos, prontidão de talentos, seleção, desenvolvimento e performance. Atualmente é coach e consultor.+ textos de Jason Abrahão
Começamos 2010 com pelo menos dois desastres naturais que marcaram forte presença na mídia: as avalanches de terra em Angra dos Reis no Rio de Janeiro e o terremoto no Haiti.
Antes que alguém decrete como fatalidade, vamos analisar os fatos: em ambos os casos, houve aviso a respeito das áreas de risco e também sobre as atividades tectônicas naquela região do Caribe.
O que marca esses eventos, fora a força da natureza e o drama do sofrimento causado por perdas irreparáveis das vidas que se foram? A omissão.
A omissão é um ato de postergação, indiferença ou fuga de conflitos, sendo raro nos dias de hoje a omissão por ignorância das causas (afinal, estamos na era da informação e do conhecimento, certo? O ouro branco do momento). Se você for analisar, a omissão lhe persegue no dia-a-dia, seja lhe colocando na posição de algoz ou de vítima.
- Sabe a troca daquele equipamento solicitado ao gerente há meses atrás? Pois é, ele quebrou e vai atrasar a entrega de um importante pedido do cliente.
 Sabe aquele operador que, volta e meia víamos trabalhando sem EPI (Equipamento de Proteção Individual)? Pois é, ele está ferido no hospital e hoje vão enterrar o parceiro de trabalho dele.
- E aquele ponto da estratégia que você alertou várias vezes por e-mail e durante a reunião para os seus pares e superiores? Pois é, o concorrente estava mais preparado, e como ninguém levou em consideração os alertas, perdemos a conta do cliente.
- E aquele assédio moral que você vinha recebendo, ou o direcionamento de recursos de forma injusta, ou o discurso diferente da prática que o seu gerente ou você mesmo faz?
A vida mais cedo ou mais tarde nos coloca diante do cruel resultado das omissões. Ontem assisti um comentário do Arnaldo Jabor que delineou toda a história de omissões e descaso da política haitiana, e fechou com uma sentença perfeita que destaco a seguir:
"Como democratizar um país miserável analfabeto com raízes tribais africanas bárbaras, dominada por ditaduras corruptas que tiraram tudo do país?
Haiti não é aqui, mas o Haiti é uma espantosa caricatura de contradições que existem em países da América Latina.
Só que lá, tudo se passa como no fundo do inferno.
Mas Deus é culpado pela miséria absoluta do Haiti? Não. O terremoto humano de três séculos foi pior.
Existem tragédias de Deus e tragédias dos homens. Quando as duas se encontram temos o horror absoluto".
Se o Haiti é exemplo do fundo do poço, onde a fatalidade dá a omissão toques surrealistas, o que podemos dizer da sociedade que estamos construindo?
Certa vez eu estava em um workshop de análise dos indicadores da Pesquisa Brasileira de Gestão de Pessoas, promovido pela Sextante Brasil. Estávamos debatendo a respeito de um gráfico em particular, que mostrava o crescente investimento das empresas em segurança do trabalho. Num determinado ponto do gráfico, a redução dos acidentes parava de responder aos investimentos em equipamentos de proteção, manutenções, campanhas etc. A partir daquele ponto, o número de acidentes voltava a crescer. Por quê? Todos perguntavam. Questionei então que podemos investir até certo ponto naquilo tudo, mas chega um determinado momento que só uma coisa faz a diferença: a atitude. E isso depende da pessoa que zela pela própria integridade. Se ela se omitir e ficar indiferente aos padrões de segurança, equipamentos e campanhas, a empresa começa a perder o retorno sobre o investimento. É aí que está o ponto. As pessoas omitem por si e pelos outros. Em uma empresa que trabalhei, reduzimos sensivelmente a incidência de acidentes com a prática de observadores comportamentais implantada pela consultoria Comportamento. Simplesmente porque a prática exigia uma postura ativa de quem presenciava uma atitude insegura, não havia espaço para omissões e isso era incentivado inclusive por metas.
O brasileiro tem mania de eufemismos e adotou o politicamente correto como prática para sua já costumaz mania de evitar conflitos. É a cultura do "deixa disso" ou "deixa pra lá". Se você se declarar contrário ao status quo, ou representar uma ameaça a ele, vira imediatamente o estranho no ninho e logo é deflagrada uma oposição velada. Sim, porque nem para se opor, a não ser que haja poder nas mãos, o brasileiro o faz de peito aberto.
Estou mentindo? Não vou citar a nossa ação política, porque esse é o supra-sumo das omissões (Arruda agradece). Liste apenas os cinco maiores gargalos de gestão na sua empresa e me diga se a maioria não se resolve porque as pessoas pisam em ovos, fazem tráfico de influência ou simplesmente tem medo de retaliações daqueles cujo status quo é o seu porto seguro? Eu pelo menos posso me lembrar de inúmeras situações que não progrediram porque a outra pessoa simplesmente não estava interessada no progresso, e que quem podia fazer algo a respeito, simplesmente não apoiava ou não se envolvia para não entrar em conflito com a outra.
O que você faz nessa hora? Ou vira mártir ou então adota o lema "dos incomodados que se mudem". Ficar parado reclamando é que não dá (aliás, o esporte preferido do nosso povo).
Eu sei que muitas vezes não dá para ser super-herói, e nem recomendo essa fantasia para você. Ao contrário, eu recomendo algo que já recomendei várias vezes, porque acredito no seu exemplo de vida: Gandhi.
Gandhi nos deu o exemplo com sua própria vida e nos deixou uma grande lição: "Faça da sua vida a revolução que deseja para o mundo".
Como? No âmbito do seu alcance mais imediato. Seja na família, na sua comunidade, com os amigos e com o seu próprio estilo de vida.
Eu me dedico semanalmente a atender estudantes de universidade pública como arte terapeuta e reikiano; adotei, com muito esforço, uma atividade física diária; medito todos os dias; dedico-me a manter uma atitude positiva em relação a mim e aos outros, busco a todo instante melhorar algum aspecto negativo do meu jeito de ser e me esforço em ter uma vida simples, sem reverências a convenções sem sentido ou manias da sociedade consumista. Não quero ser santo, só não quero sofrer e fazer mal aos outros (não faça com os outros, o que não gostaria que fizessem contigo, já dizia minha mãe). É um trabalho duro, não é fácil, mas sinto que ainda fiz pouco, e que posso mais.
A minha missão é contribuir para que o outro encontre a verdade, a partir de si mesmo. Atuar como um pontífice e construir pontes entre pessoas. Ser um catalisador do entusiasmo, prosperidade e auto-realização.
E você, porque está aqui? Se você partisse hoje deste mundo, se orgulharia da sua atuação como ator ativo ou foi simplesmente um sobrevivente? Aqueles que estão meramente preocupados com a sua sobrevida e não com a vida bem vivida, são os mais passíveis de se omitirem, seja por postergação, indiferença ou simplesmente fuga. Afinal, para quem não sabe aonde ir, qualquer caminho serve.
Esse artigo é um alerta. Não se omita, pois a vítima pode ser você.


A escola dos sonhos existe :

Crises de Lideranças -Viviane Mosé

Nós gastamos de dizer que somos todos iguais, mas não somos. A necessidade de igualar as coisas ao contrário de fortalecer apenas enfraquece a sociedade. Igualar é na verdade negar as diferenças eliminando os que se destacam. Nossa formação de “identidades” parte de um modelo que nos nivela por baixo. Se a educação valorizasse as aptidões e talentos individuais, se valorizasse as diferenças possibilitaria o desenvolvimento de lideranças, que hoje são escassas em todos os níveis: político, social, intelectual, artístico, corporativo, etc. Se as lideranças não são estimuladas então lideram, não quem tem potência e aptidão, mas quem é mais esperto, ou amigo do chefe, ou que angaria votos. Nem na arte, nem na política, nem nas empresas prevalece a competência, o talento, mas a esperteza, a manipulação.
A candidatura de celebridades é apenas um retrato do circo que virou o processo eleitoral, há décadas; a candidatura resulta da capacidade que o cidadão pode ter de vencer o processo eleitoral e não de seu espírito público, de sua capacidade de pensar o todo, de sua liderança e ética, de sua grandiosidade humana, de sua inteligência e visão crítica. Costumamos dizer que os políticos são todos iguais, talvez hoje a maioria seja mesmo, mas isto resulta, não da incapacidade humana de liderar com ética e responsabilidade, mas de nossa incapacidade social de estimular a formação de lideranças capazes e competentes. Em outras palavras, de um processo educativo sustentado na passividade, na submissão, na reprodução de um modelo.
Viviane Mosé
Por alguns dias postarei aqui algumas coisas sobre Viviane Mosé, uma mulher inteligente, realista, que acredita na vida e nas pessoas e principalmente em mudanças,começarei apresentando um pouco quem é essa mulher e seu trabalho.

Biografia

Viviane Mosé é capixaba e vive no Rio desde 1992. Psicóloga e psicanalista é especialista em elaboração de políticas pela Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes).
Mestra e doutora em filosofia pelo Instituto de Filosofia e Ciências Sociais da Universidade Federal do Rio de Janeiro, Viviane é autora do livro “Stela do Patrocínio - Reino dos bichos e dos animais é o meu nome”, publicado pela Azougue Editorial e indicado ao prêmio Jabuti de 2002, na categoria psicologia e educação.
Organizou, junto com Chaim Katz e Daniel Kupermam o livro “Beleza, feiúra e psicanálise” (Contracapa, 2004). Participou da coletânea de artigos filosóficos “Assim Falou Nietzche” (Sette Letras, Ufop, 1999). Publicou em 2005, sua tese de doutorado, “Nietzsche e a grande política da linguagem”, pela editora Civilização Brasileira. Escreve e apresenta o quadro “Ser ou não ser”, no programa “Fantástico”, da Rede Globo, onde aborda temas de filosofia para a linguagem cotidiana.
Como poeta, participou das coletâneas “Saco de Gatos” (Ímã,1985) e “7+1” (Francisco Alves, 1997). Publicou seu primeiro livro individual em Vitória, “ES, Escritos”, ( Ímã e Ufes, 1990). Publicou, no Rio, “Toda Palavra”, (Sette Letras, 1997), e “Pensamento Chão” (Sette Letras, 2001), todos esgotados. Publicou, ainda, Receita pra lavar palavra suja (Arte Clara, 2004). Participou, em 1999, do “livro Imagem Escrita” (Graal, 1999), coletânea de artistas plásticos e poetas, escrevendo sobre o trabalho do artista plástico Daniel Senise.
Ministra palestras e workshops para instituições e empresas como Centro Cultural Banco do Brasil, Editora Abril, Fundação Oswaldo Cruz, Rede Globo de Televisão, Net, Petrobrás, entre outros.